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"Não somos europeus nem americanos do norte, mas destituídos de cultura original, nada nos é estrangeiro, pois tudo o é. A penosa construção de nós mesmos se desenvolve na dialética rarefeita entre o não ser e o ser outro. O filme brasileiro participa do mecanismo e o altera através de nossa incompetência criativa em copiar”. Paulo Emílio Salles Gomes

Uma perspectiva histórica do cinema brasileiro

Pensar o cinema contemporâneo é também relembrar o passado. Veja os principais fatos da história do nosso cinema nesta série.

Da primeira sessão aos ciclos regionais

O cinema no Brasil tem pouco mais de cem anos e sua história não é tão atrasada com relação ao cinema mundial, tendo em vista que o primeiro cinematógrafo chegou ao Rio de Janeiro em 1896, aproximadamente dezoito meses depois do seu lançamento oficial em Paris, em sessão pública. O novo invento gerava curiosidade e atraía pessoas, que se assustavam com o efeito de ilusão provocado pelas imagens de ondas do mar que ameaçavam invadir a sala de exibição. (...)

O sucesso de público das irreverentes chanchadas e a sóbria Vera Cruz aplaudida pela crítica

A primeira lei de cota de tela foi criada em 1932 e determinava a exibição de, pelo menos, um longa e um curta nacional nas salas de exibição, durante um dia no ano. A atitude, no entanto, não foi fruto de uma preocupação especial com o circuito cinematográfico, já que era apenas mais um dos reflexos da política intervencionista do governo na economia e na cultura. (...)

O cinema como instrumento de crítica social e política

Nos anos 60 houve uma efervescência política e cultural no mundo. No Brasil, Jânio Quadros estabeleceu relações diplomáticas com a União Soviética e assumiu uma postura de simpatia à Revolução Cubana. Com sua renúncia e a posse de João Goulart foi lançado um plano de reformas de base (agrária, urbana e tributária) que incentivou a organização de estudantes, trabalhadores e das Ligas Camponesas. (...)

Os marginais assumem a vanguarda cinematográfica

Na mesma época em que o Cinema Novo se desenvolvia e o regime militar estava em um dos seus mais difíceis períodos, com o decreto do AI-5, uma nova vertente cinematográfica, o Cinema Marginal, começava a propor outras técnicas e discussões a partir dos filmes A Margem, de Ozualdo Candeias, e de O Bandido da Luz Vermelha, de Rogério Sganzerla. Filiados a esta linha estética foram os diretores Júlio Bressane, Andréa Tonacci, João Silvério Trevisan entre outros. (...)

Entenda como se consolidou e quais os benefícios e limitações desta política cultural para a indústria cinematográfica