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O festival de cinema de Brasília, que acontece entre 18 e 25 de novembro, terá apenas um filme de ficção concorrendo aos troféus Candango. Isto ocorre, pois o festival tem a política de selecionar apenas filmes inéditos para a premiação. Além de Siri-Ará, de Rosemberg Cariry, serão exibidos quatro documentários e FilmeFobia, de Kiko Goifman, que se encontra na fronteira entre os gêneros.

À Margem do Lixo, de Evaldo Mocarzel, Ñande Guarani, de André Luís da Cunha, O Milagre de Santa Luzia, de Sergio Roizenblit, e Tudo Isso me Parece um Sonho, de Geraldo Sarno são os documentários selecionados.

O gênero documental sempre foi minoritário na composição da mostra brasiliense e, pela primeira vez, põe em segundo plano os longas de ficção. Um dos motivos para isso é que os documentários têm crescido muito no Brasil, impulsionados pelas novas tecnologias. Além disso, Brasília é o último dos grandes festivais do ano e os longas de ficção já foram exibidos em eventos anteriores, como a Première Brasil, no Rio, e os festivais de Paulínia e Curitiba.

Na 30ª edição do Festival de Havana, que ocorre entre os dias 2 e 12 de dezembro, o Brasil será representado por diversos filmes. Das 114 obras, 48 são brasileiras. Na categoria longas-metragens estão Última Parada 174, de Bruno Barreto; Linha de Passe, de Walter Salles e Daniela Thomas, e Maré, Nossa História de Amor, de de Lúcia Murat. Entre os curtas-metrangens selecionados estão Pelo Ouvido, de Joaquim Haickel; Entre Cores e Navalhas, de Catarina Accioly e Iberê Carvalho; Café com Leite, de Daniel Ribeiro; Um para Um, de Érico Rassi; La Dolorosa, e Areia, de Caetano Gotardo. As animações Até o Sol Raiá, de Leanndro Amorim e Fernando Queiroz; Terra, de Sávio Leite; Animadores, de Allan Sieber; Dossiê Rê Bordosa, de Cesar Cabral, e Primogênito Complexo, de Tomás Creus e Lavinia Chianello, foram as cinco escolhidas. Na categoria Obra-Prima, estão Mutum, de Sandra Kogut; Querô, de Carlos Cortez; Feliz Natal, de Selton Mello; Filmefobia, de Kiko Goifman; Tropa de Elite, de José Padilha, e A Festa da Menina Morta, de Matheus Nachtergaele. Os documentários Diário de Sintra, de Paula María Gaitán, Jogo de Cena, de Eduardo Coutinho, e Stela do Patrocínio - A Mulher Que Falava Coisas, de Marcio De Andrade, também concorrem. Fora do circuito competitivo, o Brasil também estará no painel Panorama Latino-Americano, em A Hora do Curta, e nas sessões documentais Secção Informativa e Latino-América em Perspectiva.

O Sundance Institute e o canal japonês NHK divulgaram os doze finalistas da edição 2009 do Filmmaker Award para novos diretores. Casa Grande, de Fellipe Barbosa, e O Homem das Multidões, de Cao Guimarães e Marcelo Gomes, estão entre os 12 finalistas que concorrem ao prêmio de US$ 10 mil. Os longas brasileiros disputam a representação latina com o longa La Preceptora Nacional, do argentino Diego Lerman. O prêmio é concedido a um dos três selecionados em quatro partes do mundo - EUA, Europa, Japão e América Latina.

Os quatro projetos vencedores serão anunciados em 22 de janeiro, durante a edição 2009 do festival, que acontece entre os dias 15 e 25. Fundado por Robert Redford, o Sundance Institute é um dos principais apoiadores do cinema independente nos EUA.

Durante este mês ocorrerá a campanha "Mês do Filme Nacional", que vai ocorrer entre os dias 10 e 13 e 17 e 20 de novembro. Os ingressos vão custar 4 reais, bem menos do que a média no restante do ano no país, de 8 reais. Serão cerca de 400 salas exibindo 26 produções nacionais que circularam durante o ano de 2008, como Chega de Saudade, Linha de Passe, Ensaio Sobre a Cegueira, Última Parada 174, Ainda Oangotangos e 5 Frações de Uma Quase História. O objetivo é incentivar o público a conhecer e se familiarizar um pouco mais com a produção brasileira.

A ação é uma iniciativa da Agência Nacional do Cinema (ANCINE) em parceria com a Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex (ABRAPLEX) e com a Associação Brasileira de Exibidores de Cinema (ABRACINE).

A campanha dialoga com o mecanismo da cota de tela e com outras propostas de incentivo ao público. Neste ano, a reserva de mercado define que as salas individuais devem passar um mínimo de seis títulos diferentes, pelo menos, 28 dias, número que sobe para 63 dias, no caso de salas pertencentes a um multiplex. A legislação ficou idêntica a do ano passado, mesmo depois de os representantes de diretores de cinema solicitarem o aumento de 15% dos dias e os exibidores exigirem a diminuição, por considerarem que não há público para lotar as salas.

O filme A Festa da Menina Morta, que marca a estréia do ator Matheus Nachtergaele na direção, ganhou o prêmio de melhor filme na sessão Novos Diretores do Festival de Cinema Internacional de Chicago.

Este é o nono troféu que o longa ganha. No Festival do Rio, o filme foi premiado nas categorias melhor diretor e melhor ator para Daniel de Oliveira. A Festa da Menina Morta recebeu também seis Kikitos, incluindo o de melhor filme do júri popular e da crítica especializada no Festival de Gramado deste ano.

O Brasil é país Foco do Festival Internacional de Cinema de Roma, que ocorre de 22 a 31 de outubro na capital italiana. Durante o evento, será firmado o Acordo de Co-Produção Cinematográfica Brasil/Itália pelos ministros da Cultura de ambos os países, Juca Ferreira e o senador Sandro Bondi, em 23 de outubro. A solenidade será realizada na sede do Ministério da Cultura da Itália.

A principal mudança, em relação ao acordo de 1970, está nas porcentagens de participação. Em vez do padrão 70-30%, o novo acordo define uma participação mínima de 20% de cada país, isto é, os aportes dos co-produtores não podem ser inferiores a 20% nem superiores a 80% do total dos custos de produção. Permite também que as participações sejam exclusivamente via aportes em dinheiro, desde que na mesma proporção de 80-20%.

A renovação do acordo mantém ainda os benefícios para as produções realizadas, como o tratamento dos filmes como nacionais em ambos os países, permitindo direito a todos os benefícios e acesso às leis de incentivo e fundos de financiamento.

Com grande importância para o cinema nacional, o acordo de co-produção Brasil/Itália voltou a ganhar força após 2007, quando foi restabelecido em duas produções – Estômago, de Marcos Jorge, e Birdwatchers, de Marco Bechis, que abriu a Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, na última semana.

A 32ª Mostra Internacional de Cinema, que começa amanhã, em São Paulo, vai exibir 453 títulos, sendo 371 longas-metragens e 104 documentários, em 24 espaços da cidade. Hoje, haverá a exibição para convidados da co-produção brasileira Terra Vermelha, filme sobre índios do Mato Grosso do Sul, do italiano Marco Bechis.

Alguns dos destaques desta edição da mostra são o workshop do cineasta argentino Pablo Trapero, que também terá seus cinco longas exibidos, incluindo a estréia de Leonera. A programação contará também com a visita do diretor alemão Wim Wenders. Os cinéfilos poderão assistir aos filmes que o cinesta selecionou para a mostra, além de seu novo longa, Palermo Shooting.

A seleção de longas brasileiros conta com os filmes dos diretores estreiantes Feliz Natal, de Selton Mello, e A Festa da Menina Morta, de Matheus Nachtergaele, além de A Erva do Rato, de Julio Bressane, Última Parada 174, de Bruno Barreto, Verônica, de Maurício Farias, entre outros.

Vicky Cristina Barcelona, de Woody Allen, Queime Depois de Ler, dos irmãos Joel e Ethan Coen, Rebobine, Por Favor, de Michel Gondry, e O Silêncio de Lorna, de Jean-Pierre e Luc Dardenne prometem filas.

Benício Del Toro, vencedor do prêmio de melhor ator no Festival de Cannes, estará em São Paulo para apresentar o filme Che, de Steven Soderbergh, que encerra a mostra no dia 30. No mesmo dia, haverá um show da atriz e cantora portuguesa Maria de Medeiros, no Sesc Pinheiros.

Por trás de grandes sucessos de bilheteria do cinema nacional contemporâneo, está a MPA (Motion Picture Association), a associação dos produtores de cinema dos EUA. Os cinco filmes nacionais com as maiores bilheterias em 2007 foram realizados em co-produção aos associados da MPA.

Tropa de Elite, O Primo Basílio, Turma da Mônica, O Homem que Desafiou o Diabo e Cidade dos Homens juntos tiveram metade da bilheteria total dos 78 filmes brasileiros lançados no ano 2007, o que corresponde a R$ 35 milhões.

Por meio da lei de incentivo à cultura os associados da MPA podem investir em produtores brasileiros. Entre 2003 e 2006, foram colocados cerca de R$ 500 milhões em co-produções, sendo que as empresas associadas à Motion Picture Association investiram quase 40% desse total, cerca de R$ 200 milhões para a produção de filmes nacionais. Os membros da MPA co-produziram, neste período, 30% dos 191 filmes que contaram com incentivos fiscais para serem realizados.

O júri do Festival do Rio 2008 elegeu o brasiliense Se Nada Mais der Certo, de José Eduardo Belmonte, como o melhor longa de ficção. O filme levou também o prêmio de melhor atriz pela atuação de Carolina Abras. A entrega do troféu Redentor foi realizada no cine Odeon, na Cinelândia.

O Festival do Rio, que aconteceu de 25 de setembro a 9 de outubro, exibiu mais de 350 filmes, em 30 salas espalhadas pelo Rio de Janeiro. A atriz Camila Pitanga, o diretor e roteirista Jorge Duran, a produtora argentina Lita Stantie e o ator e diretor alemão Wieland Spenk, que dirige a programação Panorama do Festival de Berlim desde 1992, participaram do juri.

O estreante diretor, Matheus Nachtergaele, foi o eleito na categoria Melhor Direção pelo longa A Festa da Menina Morta. O ator Daniel de Oliveira, que interpreta o protagonista Santinho, foi premiado como Melhor Ator.

O prêmio de Melhor Documentário foi concedido ao filme Estrada Real da Cachaça de Pedro Urano e o diretor iniciante de 19 anos, Matheus Souza, recebeu Menção Honrosa do Júri por seu longa Apenas o Fim, considerado também o melhor filme pelo júri popular.

Lista completa de premiados:

Voto Popular
- Melhor Longa ficção: Apenas o Fim, de Matheus Souza
- Melhor Longa documentário: Loki, Arnaldo Baptista, de Paulo Henrique Fontenelle
- Melhor Curta – Urubus têm Asas, de André Rangel e Marcos Negrão

Júri Oficial
- Melhor longa-metragem de ficção: Se Nada Mais der Certo, de José Eduardo Belmonte
- Melhor longa-metragem documentário: Estrada Real da Cachaça, de Pedro Urano
- Melhor direção ficção: Matheus Nachtergaele (A Festa da Menina Morta)
- Melhor direção documentário: Helena Solberg (Palavra (En)cantada)
- Melhor ator: Daniel de Oliveira (A Festa da Menina Morta)
- Melhor atriz: Caroline Abras (Se Nada Mais der Certo)
- Melhor curta de ficção: Blackout, de Daniel Rezende
- Melhor curta documentário: 69 – Praça da Luz, de Carolina Markowicz, Joana Galvão
- Prêmio especial do júri: Jards Macalé – Um morcego na porta principal, de Marco Abujamra, co-direção de João Pimentel
- Menção honrosa: Apenas o Fim, de Matheus Souza

Prêmio FIPRESCI - Júri da Federação Internacional da Imprensa
A Mulher sem Cabeça, de Lucrecia Martel (Argentina, 2008)

MOSTRA GERAÇÃO – Melhor filme – voto popular
Somos Todos Diferentes, de Aamin Khan

O diretor-presidente da Ancine, Manoel Rangel, anunciou ações para aumentar o consumo de filmes brasileiros em cinemas de todo o país no RioMarket, encontro internacional de negócios realizado em paralelo ao Festival do Rio. A implantação do Vale-Cinema e o estímulo à construção de novas salas de exibição são algumas das medidas propostas para estimular o público das classes C e D a consumirem filmes brasileiros.

Os Vale-Cinema seriam ingressos destinados a trabalhadores que recebam até cinco salários mínimos que têm o objetivo de aumentar o acesso deste público às salas de cinema e videolocadoras. A Ancine pretende realizar parcerias com empresários brasileiros para viabilizar esta idéia.

Outra ação para expandir o mercado do cinema nacional é a criação de novas salas de cinema em locais próximos ao público potencial das classes C e D. Os ingressos dessas salas teriam preços reduzidos.

Além disso, a campanha de valorização do cinema brasileiro deverá contar com ações de mídia para a venda de ingressos a preços promocionais. A previsão é que a campanha seja realizada em novembro, mês do cinema brasileiro, e que tenha a duração de duas semanas. A idéia é que todas as salas de cinema do país que estejam exibindo filmes brasileiros no período ofereçam promoções para as sessões de segunda a quinta-feira.